CCBS CAMPUS II
PROFESSORA:MARILITA LUCIA CALHEIROS DE CASTRO
Material didático
HISTERIA
I -Da impossibilidade de sua definição
Lasègue, célebre médico francês dizia no século passado: “A definição de histeria nunca foi estabelecida e nunca o será... entretanto, poderíamos tentar complementá-la: ... por um médico.” Isso significa que a utilização de critérios médicos rígidos não dá conta do problema, obscurecendo a visão e impedindo qualquer definição.Para que um médico possa tentar definir a histeria é preciso que ele se desprenda do contexto de seu saber, que ele se distancie e que forje novas ferramentas para abordar aquilo que ela não é, ou seja, uma doença como as outras.Os médicos em geral, apresentam duas atitudes em relação ao problema:
a) Atitude de rejeição: “Não são doentes de verdade, são doentes que não têm nada.”
b) Atitude dos psiquiatras que por se sentirem tão rejeitados quanto seus doentes pela confraria médica, dizem: “A histeria é uma doença como as outras.”O próprio termo histeria escapa ao âmbito da medicina e é de uso popular. E na verdade a histeria do cotidiano não corresponde à histeria/doença, o que nos leva à constatação de que: “O médico só conhece, ou melhor só encontra histerias fracassadas, histerias “doentes”. O que nos indica que talvez existam histerias bem sucedidas ou, pelo menos, histerias que escapam da medicina. Na realidade, se não há sintomas, na esfera sexual, do tipo conversivo ou estados depressivos, estes pacientes não vão ao psiquiatra, já que uma personalidade histérica pura, sem descompensações sintomáticas não é mais que uma das possibilidades estruturais normais, junto à personalidade obsessiva sem obsessões e à fóbica sem fobias ou angústia. Do ponto de vista da vida de relação, é inclusive mais “normal” que estas últimas e, talvez, mais valorizada socialmente. Sabe-se que as pessoas com este tipo de estrutura de personalidade não costumam ser rotuladas de “histéricas” pela sociedade - como máximo, serão taxadas de sedutoras ou coquetes.
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