PSICOLOGIA MÉDICA

CCBS CAMPUS II

 

PROFESSORA: LUZIA TRAVASSOS DUARTE

Material didático

A VELHICE

Mudanças no desempenho durante o ciclo vital

Nosso físico muda com a idade. Perguntamos agora como as mudanças físicas refletem-se no desempenho intelectual?

Apresento alguns dados principais:

Mudanças quanto à memória: tem sido consistentemente verificado que a habilidade de relembrar coisas por um breve período de tempo declina com a idade.

Uma das medidas padronizadas de memória a curto prazo é o teste da reprodução de números, no qual se lê uma série de números, no ritmo de um por segundo e pede-se ao sujeito que os repita na ordem direta ou inversa. Nesse tipo de tarefa, as pessoas mais velhas encontram maior dificuldade quanto à repetição na ordem inversa na qual é necessário guardar todo o conjunto de números enquanto se faz algumas operações “de cabeça”.

Alguns estudos sugerem que as pessoas mais velhas têm maior dificuldade em relembrar algo que foi dito, enquanto elas faziam outra coisa. É mais ou menos como se alguém lhe dissesse a lista de coisas que você deve comprar, enquanto você está preparando o café da manhã. A manipulação de ambas as coisas ao mesmo tempo requer a habilidade de colocar a lista das coisas para comprar em algum tipo de “arquivo” de memória a curto prazo, ao menos enquanto você tem tempo de anotá-las. Para o idoso este processo de memorização a curto prazo interfere no processo de fazer o café da manhã, que também requer a memorização de algumas coisas.

Ao mesmo tempo parece que não há um declínio, com a idade, da memória a longo prazo. O reconhecimento de velhos amigos ou acontecimentos passados não é prejudicado, não há declínio das estratégias usuais de solução de problemas ou das palavras do vocabulário, e não há dificuldade no aprendizado de coisas novas contanto que seja dado o tempo suficiente.

Uma vez que algo tenha sido aprendido e a informação tenha sido armazenada, a pessoa idosa é capaz de relembrar da mesma forma como fazia anteriormente.

Habilidades perceptuais: há algumas habilidades perceptuais que mostram uma mudança sistemática em função da idade. Em alguns aspectos, há uma certa semelhança entre o desempenho das pessoas idosas e das crianças pequenas. Por exemplo: As pessoas idosas tendem a reagir a algumas ilusões perceptivas, da mesma forma como as crianças pequenas. Um exemplo é a ilusão de Mullerlyer, que vocês devem conhecer. A tarefa é julgar se as linhas com e sem setas são do mesmo tamanho.

<span lang=PT-BR>ilusão de Mullerlyer</span>

Entre os 50 e os 90 anos há um acréscimo acentuado no grau de ilusão e as pessoas mais velhas exibem um desempenho comparável ao de uma criança de 6 ou 7 anos. Elas são influenciadas pelas setas. Elas, geralmente acham que a linha é maior quando as setas estão abertas.

Vocabulário e raciocínio: há uma grande quantidade de dados mostrando que em testes de vocabulário, informações gerais, reconhecimento de semelhanças e julgamento, os resultados médios dos adultos mais velhos é, ao menos tão bom quanto os dos adultos jovens, quando não são melhores.

Assim sendo, os testes que captam a informação acumulada, mostram que, de fato, as pessoas mais velhas possuem um maior acúmulo de informações e que elas não se esqueceram de como usá-las. A habilidade de raciocinar em busca de uma boa solução não é perdida. Contanto que não seja imposto um limite de tempo para a tarefa.

Q.I.: os estudos como um todo sugerem que não há declínio de QI total com o aumento da idade, pode até ocorrer um aumento entre os 50 ou 60 anos. No entanto a partir dos 60 anos pode haver um declínio na avaliação do QI total, talvez porque os testes de QI incluam muitos itens que requerem velocidade, boa memória a curto prazo e acuidade visual.

Concluímos que pode haver um declínio com a idade, em muitas tarefas intelectuais que requerem um excelente funcionamento físico do organismo. Na medida em que o corpo se deteriora num certo sentido, há uma deterioração equivalente no desempenho de tarefas que exigem velocidade ou boa memória a curto prazo. As tarefas que requerem, principalmente a experiência e o reconhecimento acumulado, declinam muito lentamente, se é que declinam.

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