PSICOLOGIA MÉDICA

CCBS CAMPUS II

PROFESSORA:MARILITA LUCIA CALHEIROS DE CASTRO

Material didático

HISTERIA

IV - Aa personalidade da histérica

O traço mais unânime entre os diversos investigadores é o “histrionismo”. A palavra surge na Roma antiga para designar como histrião, ao comediante que representava farsas burlescas. Mas o que representa a histérica? Bem, uma característica dessa representação é o seu caráter afetado, exagerado, como se estivesse fingindo. A representação varia segundo as expectativas da platéia. Em nossos dias tais expectativas são veiculadas através da “mass mídia”. E aqui a nossa resposta: por não ter certeza de sê-lo, a histérica representa a mulher. Veremos posteriormente o porque disso. Mas a sua representação da mulher é exagerada, usando ora uma hiperfeminilidade, ora um estilo unisex. Em nosso meio há um predomínio do primeiro estilo. Não é a toa que Grasset diz em um de seus artigos: “Sem querer faltar com o respeito, eu observaria que a maioria dos traços de caráter das histéricas é apenas uma exacerbação do caráter da mulher.” É fato notório que a maioria dos homens ao se queixarem das mulheres a chamem de histéricas.

A mitomania. Designa-se por esse termo as ficções criadas pela histérica, nas quais muitas vezes, ela própria acredita.

A perversidade. Os psiquiatras dos serviços públicos são os que usam esse qualificativo com maior desembaraço. Para estes, as histéricas perturbariam a ordem dos serviços, fariam complôs com outros enfermos, teceriam intrigas e semeariam a discórdia entre o pessoal subalterno e entre os próprios médicos. Além disso ofereceriam seus serviços às famílias dos outros doentes, seriam maldosas e importunas. O mesmo comportamento ocorreria fora do âmbito hospitalar. A histérica ameaça e provoca, é sedutora mas nela não se pode confiar pois mente e frustra as expectativas dos médicos, do esposo, do amante, dos parentes etc.

A dependência e a sugestionabilidade. A histérica costuma sempre encontrar alguém diante do qual ela se curva. Uma espécie de Mestre que não precisa ser necessariamente alguém que se destaque por suas qualidades, podendo mesmo ser bem medíocre.

É nos casais que se pode observar esse traço. As mulheres parecem ser as defensoras e os arautos das teses de seus maridos. Parecem despojar-se de qualquer pensamento pessoal para reforçar o do marido., sendo as primeiras a regozijarem-se com os sucessos deles. Outras vezes, quando sua escolha recai sobre alguém cujas qualidades são inferiores às dela, vemos uma queixa constante, uma demonstração de sua supremacia perante aquele que será sempre rebaixado mas nunca abandonado.

No campo terapêutico, essas características as tornam dependentes de seu médico e sujeitas a curas milagrosas que ocorrem por pura sugestão.

A indiferença aos sintomas. A paciente se comporta, as vezes, como se falasse dos sintomas de outra pessoa. Após queixar-se deles com veemência passa a abordar outros acontecimentos de sua vida atual ou passada, como se tivesse esquecido o início da conversa. Curioso é que quanto mais o médico se desvia dos sintomas físicos mais a histérica o fará, observando-se um agravamento do mesmo se o médico lhes der muita atenção e resolver tratá-los com métodos convencionais.

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